Herança maldita

Como bom alvinegro, minha pinimba natural é com a molambada. Contudo, diante da deplorável situação do vascão, o freguês de sempre, resolvi condoer-me ou, no mínimo, aparentar compaixão. Não que goste do vasco, mas hoje, não precisamos encarnar num vascaíno, sua própria existência o machuca, seu próprio clube o fere a alma. Sim, é isso mesmo. A torcida do vasco é a segunda maior do rio e uma das maiores do Brasil, mas nos últimos tempos, eles têm sumido, não declaram mais sua paixão e até mesmo fogem à uma boa rezenha. Vivem escondidos, temerosos de sua descoberta, desgostosos do futebol.
E a culpa? A culpa é do Eurico meu caro! Esse câncer deixou o clube em estado terminal, a beira do abismo, um prelúdio da segunda divisão, um futuro tão próximo e que poucos perceberam. O cartola deixou o clube no buraco, e como se não bastasse as centenas de milhões a pagar, ainda colocou uma tachinha na cadeira do Dinamite: um contrato com Antônio Lopes de multa recisória estimada em 800 mil reais. Conseguiu grandes grandes títulos, é justo dizer, mas nada comparado a fortuna pessoal que construiu a partir dos cofres vascaínos. Abandonou o barco, ou melhor, a caravela na hora certa e toda desgraça vai cair nas costas de Dinamite, o redentor, o único que estendeu a mão ao clube desvairado. Um absurdo!
Sendo mais prático, no desespero do momento, vocês vascaínos terão de torcer por duas vitórias em dois jogos. Uma lá em Curitiba contra o Coritiba no Couto Pereira, e uma outra contra o Vitória no cemitério de São Cristóvão. E isso não vai ser o bastante. Terão de rezar bem bonitinho para Náutico e Atlético Paranaense tropeçarem, o que, talvez, não seja tão difícil como as duas vitórias. Enfim, suas chances de continuar na elite de nosso futebol são inferiores a 20% de acordo com os matemáticos de plantão. Um quadro lamentável, o filho vivo de Eurico Miranda.
Mas não se preocupe, o Vasco não passa do chão e a série B não é tão ruim assim. Nos encontramos toda segunda na redetv!

Um botafoguense para o ¡AidiAs!