sexta-feira, 28 de novembro de 2008

V.A.S.




Pretos, brancos, amarelos; a aquarela étnica mundial comemora a vitória de Barack Obama. O day after das eleições norte-americanas uniu todas as classes. Desde “Ih, tu viu? O negão ganhou a parada lá nos EUA!” até “O afro-descendente obteve êxito na disputa ao pleito mais importante do mundo, a presidência dos EUA”. A união em torno da figura do havaiano é evidente, porém, surge uma dúvida: por que toda essa torcida ao Obama?

O primeiro motivo está na cara, ou melhor, em todo o corpo de Barack ele é negro “e por isso mereceria uma oportunidade”. Mas esse motivo é racista. Um candidato eleito a qualquer coisa tem que ser o mais bem preparado para a função designada, e de acordo com o Artigo II da Declaração Universal dos Direitos Humanos, “Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo...”.Ou seja, quem defende a igualdade entre negros e brancos não pode torcer por um candidato só pelo fato dele ser negro.Será que essa “igualdade” é unilateral? Torço para que não seja.

Os outros possíveis motivos são a Guerra do Iraque e a rejeição a Bush. Infelizmente, para os que procuravam motivos sem racismo para torcer para Obama, o governo iraquiano aprovou ontem (27/11) um acordo de segurança com os Estados Unidos que prevê a retirada total das tropas norte-americanas do Iraque até o fim de 2011, sem nenhuma interferência do presidente marrom bombom. E Bush, coitado...Foi rejeitado até pelo “velho de guerra” McCain.

Nesse momento, não restam motivos para tanta devoção. Mas, se tratando de EUA, não podemos esquecer da nossa velha submissão. Toda a cobertura da eleição americana fez com que ela virasse um seriado diário, tipicamente americano, onde David Palmer realmente existia e tinha um pouco mais de 24 horas para conquistar a presidência. No fim, com a ajuda de Hillary Bauer, e sem explodir nenhum carro, o afro-presidente venceu. E o que era para ser mais uma eleição, se tornou um sucesso de audiência mundial. Se você não se acha racista, confesse que virou fã de mais uma série do Tio Sam.

Humberto Nogueira Junior para o ¡AidiAs!

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa heim!! Voces acabaram de falar que não ia ter mais esses textos de reflexão política looongooos, monóoootonos....
E voces põe um no mesmo estilo.
Realmente voces não cumpriram com palavra de voces.
Espero mudanças.....

Anônimo disse...

Excelente...já havia feito essa comparação...Os americanos estão brincando de 24 horas...